Weekly Playboy 28/12 No. 52 - Kaoru

--O título do novo single "Hageshisa to, kono mune no naka de karamitsuita shakunetsu no yami" é simbólico, a música tem um desenvolvimento realmente complexo.



Kaoru: Nós queriamos colocar muitas coisas nesse single. Nós o fizemos sem pensar muito em que rumo tomar.



--Honestamente, vocês pensam que tocar essa música tão complexa ao vivo será dificil?



Kaoru: Eu sempre penso sobre isso(risos). Nós fizemos a música enquanto pensavamos na atmosfera do show, mas nós não prestamos muita atenção na performance em si. As vezes eu me pego imaginando, enquanto toco uma determinada parte, "Seremos capazes de tocar assim nos shows?" (risos).



--Vocês tinham consciência do porque usavam o estilo visual quando formaram a banda?



Kaoru: Bem, o visual kei não pegou. Mas eu achava que era um caminho comum para as bandas seguirem naquela epoca e usarem roupas chamativas. Quando eu estava no colegial, eu costumava ouvir X e bandas do tipo.



--Então vocês se livraram da equação Música=Chamativo, e por volta de quanto tempo atras vocês adotaram seu estilo presente?



Kaoru: Há uns 4 ou 5 anos. Quando começamos a pensar que deveriamos expressar mais o aspecto interno, eu percebi que independente da maneira como tocassemos, sempre parecia que eramos apenas "mais um" entre os outros. Por exemplo, mesmo se eu estivesse pingando suor, quando eu usava maquiagem isso não aparecia. Tambem, naturalmente você quer limpar o suor do rosto, mas com a maquiagem você não pode(risos). Eu comecei a reparar nessas coisas e fazer shows dessa maneira tornou-se irritante. Outra, mesmo se o show fosse começar as 18 horas, para preparar a maquiagem precisavamos estar no local as 10 da manhã. Parecia que faziamos coisas demais(risos).



--E qual foi o motivo para vocês desejarem expressar melhor esse aspecto "interno"?.



Kaoru: Eu acredito que foi porque as emoções colocadas nas músicas tornaram-se mais ricas e as roupas chamativas ficaram ofuscadas. Mesmo antes nossa visão do mundo era sombria mas quando a maquiagem e as roupas se foram, tornou-se mais sombria ainda.



--Por que você acha que as músicas e as letras tomaram esse rumo negativo?



Kaoru: O porque...é porque somos pessoas assim (risos). Nós não somos do tipo otimistas(risos). Nós não tornamos as músicas sombrias, elas sairam assim naturalmente.



--Vocês tambem tem uma imagem de serem uma banda bastante violenta. Sombólicamente há um tempo atras, Kyo-san costumava se cortar durante os shows, e cantava mesmo sangrando. Vendo isso bem ao seu lado, o que você pensava?



Kaoru: No começo, fiquei surpreso. Houve uma certa vez, quando ele perfurou o braço com uma agulha ou algo do tipo sem pensar muito na repercurssão disso, e o sangue começou a jorrar. Eu fiquei irritado e acredito que ele exagerou. Afinal, mesmo a audiencia começaria a pensar que eles não estavam assistindo a um show certo? (risos).



--Mas como forma de expressão, tinha que ser compreendida.



Kaoru: Sim, tinha. E até certo ponto era ótimo. Acho que sendo o guitarrista eu não conheço essa sensação, mas é provavelmente o resultado de encarar a si próprio.



--Qual foi o começo de seus avanços no exterior?



Kaoru: Mesmo antes de realizarmos a turnê pela Asia, o primeiro show foi o solo na Alemanha, 5 anos atrás. Mesmo antes disso recebiamos várias ofertas. Disseram que tinhamos muitos fãs na Alemanha. Mas até então nunca haviamos considerado realizar shows no exterior, nós fomos realmente séticos, não acreditamos que era verdade (risos). Então sempre recusavamos as ofertas. Quando recebi a informação que a cultura japonesa estava em alta, imaginei que eles queriam que fossemos até lá para nos "exibir". Mas como insistiram muito e os fãs diziam que queriam mesmo nos ver, decidimos tentar pelo menos uma vez. Quando realizamos o show, havia muitas pessoas presentes e mesmo as canções em japonês eram cantadas junto com nós. Qaundo percebi, fiquei realmente emocionado. A partir dai começamos a receber ofertas da Europa e America e não paramos mais.



--Depois do show na alemanha, você quis começar a realizar atividades no exterior imediatamente?



Kaoru: Não, não dessa maneira. Para se apresentar no exterior há muitos elementos que dificultam os shows. Temos que trazer nosso equipamento e um determinado numero de staffs. No começo demoramos, porque queriamos fazer isso de forma bem planejada.



--E dessa forma, realizar shows fora do Japão não se tornou desagradavel?



Kaoru: No começo sim, mas agora não ligamos mais. No Japão, é comum arrumnar tudo perfeitamente, e se há algum problema será um inferno. Mas é comum ter alguns problemas no exterior, então temos que resolve-los da melhor maneira possivel. Mesmo em locais do mesmo porte nos quais nos apresentamos no Japão, certas vezes o ritmo das guitarras soa extremamente diferente. Ha coisas que temos que resolver nós mesmos e graças a isso, nos tornamos melhores e mais fortes.



--É necessário se comunicar com o staff local certo?



Kaoru: As pessoa lá são realmente "abertas" não? Eles já chegam cobrando e falando, então no começo nós nem saiamos do ônibus. Mas mesmo se falassem com nós, nós tambem não entendiamos (risos). Recentemente, já que percorremos todo esse caminho, nós queremos conversar com pessoas diferentes.



-- A influência sobre vocês por realizar atividades no exterior parece ser grande.



Kaoru: "Nós podemos apenas deixar as coisas fluirem?" e "Desde que possamos fazer nossas coisas, e realizar nossos shows, o que vier é lucro certo?" é como eu penso nisso. Tambem, quando vejo os artistas de lá, eu vejo um determinado tipo de pessoa, que produz um determinado tipo de som, na verdade é facil de compreender. Então essa grande pessoa fará um grande som. Eles realmente comem muita carne lá (risos). Por mim tudo bem. É porque dai seremos originais. Nós apenas fazemos aquilo que queremos fazer.



--Não é para combinar o estilo de vocês com o do exterior, mas sim para se manter "japonês" certo?



Kaoru: Sim.



--Entre todas as bandas japonesas que falharam em seu avanço no exterior, por que você acha que vocês tiveram sucesso?



Kaoru: Nós ainda não chegamos lá. O ciclo no exterior é rápido comparado ao Japão. Em um ano, você deve ter realizado pelo menos 3 turnês ou será esquecido. Um tempo atras, passou-se um ano desde a nossa ultima apresentação lá, e fomos esquecidos. Por isso eu imagino que se continuarmos dessa maneira, nosso destino sera falhar tambem. Entretanto, acredito que fomos abençoados com um ótimo empresário e um bom selo, mas disseminar-se fora do Japão é uma tarefa dificil. Acredito que é assim para todos. É diferente de ter atividades apenas na Europa, na América ou no Japão. Nós estamos no ponto em que precisamos pensar no que fazer agora. É um momento realmente crucial.



--O que você acha que será do DIR EN GREY daqui 10 anos?



Kaoru: Se eu ainda fizer parte do DIR EN GREY será ótimo. Eu não penso muito sobre o futuro. Se você criar uma meta e não for capaz de alcança-la, isso se tornará um stress certo?É por isso que com relação as coisas futuras, nós damos um passo de cada vez.




Créditos: Orchestrated Chaos



Por Aiko

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