Ongaku to Hito Junho/2010 Entrevista: Kyo / Parte 1

Um uivo inocente

june2010_kyo

Mesmo se você gritar, em algum lugar você verá o que te espera adiante.

Não há luz adiante?Algo em que você vai na direção.



A performance no nippon Budokan abrangeu 2 dias em 9 e 10 de janeiro, como turnê final do album “UROBOROS”, lançado em 2008. O show foi realizado em um local em que eles não pisaram nos ultimos 3 anos, e incluindo a performance que os colocou completa e elaboradamente no topo, a banda que da 100% tentando expressar sua visão no palco, nos maravilha atraves de seu forte propósito e força interior. Seu apoio mundial é inteiramente reconhecido, mas mesmo se eu soubesse a respeito desse talento todo antes, esse show foi a primeira vez em que tal realidade tornou-se um fato.

Nas vesperas de lançamento do DVD “UROBOROS -with the proof in the name of living…‐AT NIPPON BUDOKAN” que apresenta os dois dias em detalhes exaustivos, houve falatório a respeito da longa entrevista solo com o vocalista Kyo. A primeira vez que encontrei a banda chamada DIR EN GREY foi durante seu segundo album, MACABRE, então deve fazer 10 anos, mas é uma entrevista pela qual sempre esperei.
No inicio do surgimento de varias bandas Visual Kei, suas músicas e shows já se destacavam dos demais como uma existência herege, era assustadoramente real que você não conseguisse diferenciar o que era catastrófico e o que era efêmero. E foi essa tambem a minha impressão do vocalista. Seus gritos que agitam todo seu corpo podem ser ouvidos como gritos de alguem pedindo por ajuda, por isso eu sempre quis saber a razão dele para continuar gritando até destruir sua voz. Acredito que é porque o ãmago da música extrema que essa banda continua tocando esta lá.
É raro para ele aceitar esse tipo de entrevista longa sozinho, e como ele não revela sua personalidade nem mesmo para os fãs, essa entrevista trouxe com ela uma grande ansiedade mas, ele de fato respondeu minhas perguntas com grande boa vontade e sem demonstrar nenhuma exitação ou desconforto, o que foi inexperado. E a resposta para a pergunta que quis fazer durante muitos anos, " por que você continua gritando?". Mais do que imaginei,  sua genuina e fragil personalidade foi mostrada sem nenhuma restriçãoie sua conexão com a pessoa que persegue um ideal, parece alguem que não conheço. 


--É sua primeira capa e entrevista.

Kyo:Sim.

--Obrigado.

Kyo: Obrigado.

--Então, quero começar falando do show no Budokan em janeiro, entre antes e depois daquele show, houve algo diferente para você ou melhor, houve algo que você estabeleceu?

Kyo: Primeiramente, houve um sentimento de que a expressão de “UROBOROS” estava finalmente completa. A turnê tambem começou no Osaka-jo Hall e pra mim, eu fui finalmente capaz de realizar um show no Budokan com o qual fiquei satisfeito.

--Até agora na história da banda, especialmente o segundo dia de show que vi, eu imaginei que foi um show muito importante, mas como foi para você?

Kyo:
Deixe me ver.Teve um sentimento de satisfação. Eu pensei que naquele momento nós eramos capazes de dar tudo de nós. Quanto ao primeiro dia, pessoas me disseram que foi bom, mas para mim eu não fui capaz de realmente me entregar e não fiquei satisfeito. Mas essa aceitação não é realmente importante. Apenas se eu pudesse pensar se esta bom ou não. Especialmente durante o Osaka-jo Hall, eu estava perdendo minha voz e estava nervoso, mas mesmo assim fiz tudo que podia, mas independentemente, não pude ficar satisfeito com o show. E eu estive pensando constantemente na revanche e acredito que fui capaz de satisfaze-la no segundo dia do Budokan.
--O que te fez pensar que era capaz dessa revanche? 

Kyo: Hmmm eu só imagino……não tem nada a ver com a imagem que eu tinha ou ser capaz de cantar bem, foi a atmosfera e algum poder que engoliu aquele lugar que eu realmente não compreendo. Tambem teve o sentimento de união da banda. Foi esse tipo de sentimento.

--Isso não é concreto(risos).

Kyo: ……naquele momento para mim o mais importante era se algo viria a tona ou não.

--Vir a tona?

Kyo: Sim, quando algo esta vindo a tona ou mesmo quando você esta concentrado em uma música, é como se houvesse esse sentimento de ser libertado.Mas, pareceu que isso aconteceu precisamente no segundo dia do Budokan.

--Eu quero saber mais sobre essa sensação. Falando concretamente, o que você quer dizer com "ser libertado"?

Kyo:
Hmmmm….

--Um sentimento completamente puro/nulo?

Kyo:
Correto. Não há impurezas. Bem, eu geralmente não faço as coisas pensando sobre elas mas é possivel expressar-se de modo natural em uma condição mais plana. E isso foi trazido para a banda com sucesso, e eu fui capaz de me soltar. Por exemplo quando você faz uma músical, eu normalmente não penso com a minha cabeça. É atraves dos sentimentos. Especialmente em shows, eu me deixo levar com a atmosfera daquele momento e sem pensar, apenas faço. É por isso que meu tópico pode estar meio fora de questão, mas eu odeio ensaios.

--Hahahaha.

Kyo:
Eu penso constantemente que não há razão para se fazer ensaios (risos). Por isso o sentimento de ensaiar pelas pessoas a minha volta é forte. Para falar a verdade, acredito que se apresentar sem ensaiar esta ok. Por exemplo, en turnês internacionais ou em festivais é fato que não há ensaios. Você se apresenta imediatamente, e é por isso que o som fica todo bagunçado, mas todos se apresentam dessa forma. Por isso acredito que as performances são importantes mas eu penso ha muito tempo que os shows devem ter um algo a mais, um diferencial neles.

--Por isso você quer cantar de maneira impulsiva, num estado "nulo".

Kyo:
Eu faço isso constantemente. Se eu penso em varias coisas e me preparo, é quando surge a contradição. É como ver o que está por tras de tudo. O que esta por tras, ou melhor, quando você vê a razão pela qual você fez algo, não é coisa de banda ou ainda, eu penso que é uma banda "criada". É a mesma coisa que ensaiar um anfitrião.

--Em todo caso, o que é importante para Kyo-san é ser capaz de se apresentar quando se esta "nulo" diante dos impulsos e sentimentos. E você foi capaz de entrar nessa condição nos shows recentes no Budokan, por isso achei que foram bons.

Kyo: Correto.

--É uma razão bem simples. Mas acho que tentar buscar isso mesmo em um grande local de shows como o Budokan, é um dos aspectos importantes da banda.

 Kyo: Por isso os artistas que eu gosto não vendem muito(risos).

--Hahahahaha! Por exemplo?

Kyo: A maioria das bandas antigas no Japão, pessoas que são mais hardcore. Eles não pensam e se apresentam, mas sim se apresentam atraves de sentimentos e não se submetem a platéia.

--Nada artificial.

Kyo: Exato. Eu realmente adoro esse tipo de genuinidade e penso que isso é música.Por isso...normalmente quando você faz parte de uma banda, você pensa em coisas como " na próxima vez eu quero me apresentar nesse local maior" ou "eu quero vender mais", certo? Mas eu nunca pensei em coisas assim.

--Você quer dizer, o quanto você é genuino com a musica é tambem o  seu jeito de lidar com ela.

Kyo: Correto. Quando se faz musica, normalmente qualquer um pensaria " se eu fizer isso eu não serei bem visto" ou "se eu fizer isso não vai vender", certo? Mas eu não penso em coisas assim. É porque eu olho se é ou não divertido quando eu faço algo. Se eu perder isso, então acabou. Então estaria tudo bem mesmo se não fosse eu.
--O que você quer dizer com "estaria tudo bem se não fosse eu"?

Kyo: Pensando nisso e fazendo musicas que não são genuinas, pensando em faze-las mais faceis de se ouvir são coisas que eu nunca quis. Desconsiderando completamente o "quero vender mais" e fazendo apenas coisas que se quer e se gosta, é o seu eu genuino certo? Mas apenas querer vender mais é se preocupar com outras coisas alem da música, e isso não é genuino certo?
--Definitivamente. Mas esse sentimento de querer criar musicas inocentes e ser reconhecido é algo que todos querem.

Kyo: Não, eu não ligo para o reconhecimento. Apenas se eu puder fazer aquilo que acho divertido. Honestamente quanto a isso, eu nunca pensei realmente muito a respeito. Talvez porque eu não tenho tanta consciência profissional.

--Bem por exemplo, com relação as pessoas que consideram suas músicas boas e te adoram, porque você quer dar a eles o que eles querem, há pessoas que pensam neles enquanto criam musicas, você nunca sentiu isso?

Kyo: Eu entendo esse sentimento mas eu tambem acho que eles não pedem para que cantemos esse tipo de músicas, porque acredito que fazendo tais músicas não é algo meu. Eu acho que é porque eles querem que pensemos apenas em nós mesmos e é por isso que esta ok do jeito que esta.
--Entendo. Mas no ultimo show no Budokan, Kyo-san gritou "vamos todos nos tornar mais um", correto? Em outras palavras eu acho que isso não é agir sozinho mas de algum modo é tambem procurar por um parceiro. Naquele momento, por que você gritou essas palavras?

Kyo: Bem... Provavelmente, havia pessoas que ressoavam o album  “UROBOROS” la certo? Eles sentiram algo. E essas pessoas que tiveram essa sensação, se juntaram, então pensei "esse sentimento não pode aumentar um pouco mais?". Ou teria sido bom se todos tivessem se soltado ou se libertado. 
--Na verdade, houve um grande sentimento de união. Eu acredito que a conexão entre a aundiência e a banda nunca foi tão forte.

Kyo: Naquele dia os membros tambem pensaram que algo veio a tona. E aquilo foi provavelmente comunicado, talvez por essa razão houve tanta resposta.

--Pareceu que vocês estavam impulsionando uns aos outros.

Kyo: Eu faço shows quando quero fazer então quero lidar com as pessoas que tem o mesmo sentimento que eu. Tipo, "vamos fazer isso!".

--Você quer dizer quando você fica "nulo"?
Kyo: Sim. É ai que eu sinto a diferença no entusiasmo, mas no segundo dia de Budokan, foi mias próximo do que o normal. Mas ainda não chegamos lá.

--Você tambem pede para a audiência o mesmo tanto de genuinidade com a musica.
 
Kyo: Correto.

--É por exemplo, o mesmo que um relacionamento com uma pessoa?

Kyo: Aaah…Acho que sim.



Créditos: Orchestrated Chaos

Por Aiko

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