Natalie.mu Janeiro de 2011 - Entrevista: Kaoru - Parte 1/2

DIR EN GREY lançará seu novo single em 26 de Janeiro. Esse single sairá  aproximadamente 14 meses após o ultimo, “Hageshisa to, Kono Mune no Naka de Karamitsuita Shakunetsu no Yami” que causou sensação devido ao videoclipe chocante.
A música principal, LOTUS, é melodiosa, desprovida de gritos e guturais. As demais, são uma nova versão da popular “OBSCURE” e "Reiketsu Nariseba" ao vivo. As 3 músicas foram enviadas para um engenheiro de som famoso no exterior que as transformou num som mais dinâmico para você curtir.

Dessa vez em Natalie, nós vamos entrevistar Kaoru(G). Alem do novo single, nós falamos sobre coisas interessantes como o estado atual da banda, seguindo o fim da turnê de “UROBOROS” (lançado em novembro de 2008), e tambem sobre o próximo album que será lançado esse ano.

A corrente chamada “UROBOROS” desapareceu e fomos capazes de tocar livremente


--Eu vi o DIR EN GREY no fim do ano passado e no inicio desse ano. Quando comparo com a performance no Budokan ano passado, acredito que a imagem da banda mudou. O som em si ficou mais pesado e  percebi que todos estavam relaxados e curtindo no palco. Houve alguma mudança?

Kaoru: Talvez possa ser interpretado como se a corrente chamada UROBOROS tivesse desaparecido, e fomos capazes de tocar livremente. Na verdade, começamos a criar musicas num estado nulo, mesmo após o Budokan nós pensamos em procurar varios potenciais. Durante aquele periodo, a turnê começou, então mentalmente, foi mais llibertador do que antes, ou como você disse, ha um tempo atras nós tinhamos tempo para respirar. Tambem montamos shows com músicas que estavamos acostumados a tocar então é verdade que estavamos mais relaxados.

--Você quer dizer que, comparando a uma turnê em que você tem que apresentar o novo album, vocês foram capazes de simplesmente se divertir fazendo os shows.

Kaoru: Exatamente.

--Em outubro do ano passado, vocês apareceram no “LOUD PARK” depois de 4 anos, e o que eu ouvi foi que a resposta do publico foi diferente de antes. Vocês realmente sentiram diferença nessa resposta e que a situação havia mudado?

Kaoru: De qualquer modo, os que mais ficaram suspresos fomos nós que estavamos tocando. Logo antes disso, foi como se a 4 anos atras nós estavamos pensando "é uma reação muito fria", e quando subimos ao palco ficamos muito surpresos. Dessa vez, houve muitos momentos em que o publico interagiu conosco, e nosso show se desenrolou com mais facilidade, por isso foi bem mais que um simples feedback...Eu pensei que se tornou um show que nos guiaria ao futuro..

--Quando vocês apareceram há 4 anos atras, DIR EN GREY estava apenas começando suas atividades no exterior, em outras palavras, acho que sua visibilidade e reconhecimento entre as pessoas que ouviam rock estrangeiro não era tão alta. Mas o resultado das suas recente s atividades pode ser vista pela reação do publico no “LOUD PARK”.

Kaoru: Correto. Tambem há um problema em encontrar ingressos para nossos shows então é mais facil nos assistir nesses eventos. Claro que não seria possivel se não recebessemos tal oferta mas eu gostaria de estar nesses eventos no futuro.

“LOTUS” é uma música que valeu a pena se trabalhar no arranjo.


--Eu gostaria de falar sobre a nova música, quando começaram as gravações?

Kaoru: Ano passado, quase um ano atras. Logo depois do Budokan nos começamos os preparativos, e por volta de fevereiro, começamos a construi-la.

--Esse foi um trabalho para o próximo album, alem de para o single?

Kaoru: Sim.

--Essa musica tambem foi tocada durante a turnê de fim de ano, e quando a ouvi pela primeira vez, pareceu uma música com um som pesado, mas as partes no meio dela apareceram efetivamente. Eu tive uma impressão diferente das músicas similares, pesadas e melodiosas, que vocês fizeram até agora.

Kaoru: Foi uma música que valeu a pena se trabalhar no arranjo, ou melhor dizendo, é uma música que podia ir em diferentes direções.
No nosso caso, pensamos em como seria ouvida, já que somos do tipo que buscam diferentes sons. O som é muito importante, ou melhor, os lugares em que ele deve aumentar e diminuir, tivemos que fazer a mudança de forma agradavel a se ouvir já que a melodia não podia ser ouvida bem, então no geral pensamos no que estaria no meio da musica quando a fizemos. Tambem,até agora tivemos muitos mixes onde era possivel ouvir a guitarra adequadamente independente da situação, mas dessa vez nos contivemos com um mix onde a guitarra de certa forma ressoaria, assim as mudanças no som ficariam mais nitidas.

--Comparando a acertar os instrumentos que competem uns contra os outros depois se unem, dessa vez por exemplo, tive a impressão de que a guitarra foi tocada ao fundo, como ferramenta para se criar a direção da música.

Kaoru: Eu ficaria feliz se fosse percebida dessa maneira.

--A musica em si é bastante compacta, vocês tambem tinham isso em mente?

Kaoru: Nós focamos ao máximo em não ter partes desnecessarias. Nesse caso, no inicio tinhamos diferentes ideias circulando, e no fim tornou-se incompreensivel. Ser capaz de por tudo junto de uma boa maneira, foi apenas quando chegamos ao ponto de "então, vamos gravar".

Eu acho que sou uma pessoa que compõe


--Com esse tipo de musica agradavel, de ritmo mediano, há casos em que se incluiriam solos de guitarra ou arranjos complexos, que alongariam a música, mas não é assim com “LOTUS”.

Kaoru: Eu pensei que isso em especial não importava muito e esse tipo de arranjo não nos veio a mente dessa vez. Se desejassemos faze-la dessa forma, então teria saido algo como o que você acabou de descrever.

--Há a impressão de que os vocais saem na frente (se destacam).

Kaoru: Correto. O Kyo é basicamente o tipo que pode colocar sua voz em qualquer coisa. Mesmo nesse tipo de música, a voz dele sempre se encaixa.

Ele é do tipo que gosta de colocar a voz de formas diferentes.

--Acho que Kaoru-san tem várias funções como guitarrista, compositor, e como uma parte das cinco na banda. Quanto a isso, como você é capaz de conseguir esse tipo de equilibrio, como, querer arranjar determinada música com a guitarra ou querer que a melodia se destaque mais?


Kaoru: Quanto a mim...hmmmmm....Acho que não estou na posição de guitarrista, mas como pessoa que compõe músicas. Quando crio, todos vão na mesma linha, então a "cor" é adicionada. Por isso, trazer um phrase de guitarra que foi pensado por um guitarrista e aprecia-lo é dificil. Claro que ao tocar eu incluiria phrases ou riffs, ritmos, e pensaria na estrutura e arranjo um após o outro. Então, durante esse processo, os membros chegariam e diriam "que tal essa bordagem?". Na verdade, pensar sobre qual abordagem eu usaria na música como guitarrista, ou tentar expressar algo interessante, é realmente a ultima parte, até lá a música ja ganhou forma.

--É a mesma coisa quando os demais membros trazem idéias para as músicas?

Kaoru: A música original para “LOTUS” foi criada pelo Die(G). Era uma música com acordes ortodoxicos, começou a partir disso e fui capaz de pensar em que tipo de enfoque queria ter nessa música. E trabalhar dessa forma foi muito interessante.

--Não sei se essa descrição esta correta ou não mas é como se a mentalidade de um produtor, ou melhor, acho que essas imagens de como se deve fazer a abordagem para essa musica e por determinado tipo de guitarra nela, esta na cabeça do Kaoru-san.

Kaoru: Hmmm, mas ver a música como um todo, como um produtor, é bem no fim. Até lá eu fico continuamente criando e adicionando coisas que acho interessantes.



Créditos: OC
Por Aiko

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