Ongaku to Hito - Fevereiro de 2011/ Entrevista: Kaoru / Parte 1/2

A emoção de experimentar ou destruir algo não desaparece, e a partir daí, ainda acredito que quero criar musica, mas...

 

—–Faz um ano desde a ultima entrevista.

Sim.
—–Primeiramente, gostaria de dizer a você para olhar para o DIR EN GREY em 2010 aonde achei que foram capazes de ter um bom começo com o Budokan no inicio do ano.

Verdade. Em seguida, foi bom como nós fomos capazes de realizar a produção de som num estado mais relaxado. Fizemos músicas sem ter que decidir o prazo de entrega das mesmas e começamos a gravar músicas na ordem em que eram feitas. O sentimento que tivemos quando começamos isso foi... como se abrissemos uma porta para fazermos algo novo.

—–O que você quer dizer por "porta"?

Por exemplo, se o prazo para se entregar uma música esta próximo e estamos numa situação em que precisamos fazer algo, há uma parte em que a porta se fecha, mesmo quando queremos abri-la. Mas dessa vez não foi assim, e estavamos em uma condição aonde a porta estava aberta; foi interessante para a banda em geral. Foi como se " O quão longe essa banda pode ir em criar algo interessante?".

—–Então vocês foram capazes de criar a musica livremente, sem nenhum stress.

Sim, foi de fato, com liberdade. Como a sensibilidade da banda expandiu amplamente, começamos a fazer shows durante o verão. Mesmo ali, não tinhamos nenhuma particularidade para com o show, correto?  Essa não foi uma turnê com um lançamento. Então tocamos algumas músicas antigas.

—–Para mim parece que vocês fizeram muito mais do que apenas "um pouco" (risos).

Hahahaha. Tambem fomos a lugares onde nunca estivemos antes no exterior. Já que esses locais são novidade, tocamos músicas do "UROBOROS" (album mais recente lançado em 2008). Então esse é o mesmo sentimento de quando fazemos músicas. Estamos indo alem da dimensão de tempo aonde somos capazes de fazer o que gostamos.

—–Está mais flexivel agora então?

Correto. Nesse caso, fora os ultimos anos, esse ano teve uma concentração especial. Esse foi o ano em que a banda se revigorou.

—–Entendo. Depois de ter se passado um ano, a banda lançou esse single, e eu achei que essa musica nasceu porque a banda teve um período de liberdade aonde tudo era possivel.

Fico muito feliz se você sentiu isso.

—–Como Kaoru-san capta essa música?

Hmmm... tem um poder explosivo. No geral, tudo é... estamos fazendo isso com tudo que podemos e sendo diretos, e acho que a música expressa essa franqueza ao máximo.

—–Se eu lhe disser: "Explique o que a banda experimentou no ultimo ano atraves de uma música", esse talvez seja o único single que fala sobre isso.

Bem, acho que sim. Se há muita informação dentro da música e ela se desenvolve com um crescimento atordoante, então talvez seja verdade dizer que o single que lançamos é assim.

—–Mas não tenho a impressão dessa música ser complexa. Talvez seja se você transcreve-la para uma partitura, mas é uma música transparente , o que é esperado de um single.

Sim, e é. A melodia é facil de acompanhar se você murmura-la, mas se tentar canta-la mesmo, torna-se dificil. A sensação é de que é facil entrar no clima da música, mas na verdade há vários elementos dentro dela.

—–Mas essa música é facil de se entender e de entrar no clima para os ouvintes. Acho que esse fato esta ligado ao sentimento natural da banda. Agora pouco você mencionou que uma porta se abriu certo? Você tambem disse que houve liberdade. Essa não foi uma resistência, e vocês criaram ao single encarando a música com uma postura neutra; logo o ponto aqui é como ela soou simples.

Entendo. Nós na verdade pensamos e nos perturbamos muito  enquanto criavamos a música. Mas se você não a houve dessa maneira, então talvez tenha se tornado mais simples do que antes. 

—–Por exemplo, o conteudo das letras do Kyo-san pareceram mais simples do que o normal.

Eu realmente não penso muito no conteudo das letras, então eu não sei sobre o que ele está cantando, mas o soar das palavras que ele canta ou as palavras em si são realmente faceis de se envolver.

—–Em algum lugar da música, eu sinto que há um elemento nu da banda que podemos enxergar. A banda é como sempre foi e não é como se vocês tentassem serem compreendidos mais facilmente ou focassem em ter algo fácil de se ouvir. Entretanto, a música é facil de se ouvir e a abertura inicial tornou-se ampla. O que você acha?

Me sinto dessa maneira quando crio músicas tambem. Quando componho, não me importo muito, e cada um de nós esta focado em suas próprias partes, mas uma vez que a música esta pronta em uma certa extensão, nós discutimos o que devemos fazer com ela enquanto a modificamos. Daí, percebo muitas coisas pela primeira vez. Quando estou ligado em fazer algo, não penso muito mas a musica soa direta. Mesmo tendo feito isso de uma forma complicada, a música não ficou complexa, e foi organizada perfeitamente. Eu percebi essas coisas depois, como se "Eu queria fazer uma música com esse tipo de sentimento?" ou "Agora, era isso que eu queria fazer?".

—–Você acaba assim, conhecendo seus próprios pensamentos pela primeira vez. Algo do tipo, "É isso o que estou pensando agora".

Certo.

—–Então, você percebeu depois que essa música era facil de se entender, certo?

Eu devo ter pensado, " Esse é o jeito que me sinto agora".

—–Então atualmente, talvez a entrada da frente da porta para Kaoru-san é tambem uma condição presente.

Tambem estou consciente disso. Mas posso dizer isso apenas por mim.

—–Quando ouvi essa música, me senti assim novamente. Durante 2010, você disse que foi um ano de liberdade e você não se prendeu a nada, e estando nessa posição neutra, você compôs uma música que não era um tipo de oposição, e quando a encarou de maneira honesta, foi possivel pensar que essa banda talvez tenha algo facil de se entender por vir.

Ah, tambem sinto isso.

—–Você concordou tão facilmente (risos). Mas alem de ser facil de entender, vocês não querem que nos simpatizemos de uma maneira superficial, correto? Vocês não se acomodam e são duvidaveis em varias coisas tambem. A posição da banda é extamente o oposto de ser "facil de se entender".

Isso não mudou para nós desde o principio.

—–Mas vocês na verdade, estão dessa maneira.

Certo. Então isso talvez não baste, dependendo do ouvinte. Eles talvez pensem "Isso esta sendo estranhamento honesto". Mas na verdade, houve muita tentativa e erro nessa música, então teve uma tremenda quantidade de energia/esforço da nossa parte. Gostaria que eles soubessem que colocamos muitos sentimentos nela.

—–Alem da quantidade de energia/esforço, o sentimento nessa canção  nos leva na direção da música em si, o que é bom. Independente da posição da banda ou de cada um de vocês se sentirem inferiores, ha motivação constante para a música. Quando você esta assim como agora, como você se sente?

É. Mas... ter apenas isso é muito solitário.

—–Ah, solitário?

Sim... Alem de apenas música, eu gostaria de chamar a atenção para algo, ou ainda, continuar provando/experimentando. Naturalmente, eu estou curtindo a música de uma maneira honesta. Eu sinto que esse ano foi assim para mim. Mas... eu ainda quero experimentar ou destruir algo. Esse sentimento não desaparece e eu ainda penso que quero criar músicas dessa maneira mesmo agora.

—–Por que você pensa assim?

Hmm....... Provavelmente, isso é só no meu caso, mas quando faço algo... eu... eu tenho essa sensação de que não vou fazer nada que chame a atenção das pessoas a menos que eu consiga me superar.

—–Como assim, se superar?

Eu tenho sempre essa sensação de que você não pode fazer algo interessante se for apenas por diversão. Mas como disse antes, há uma parte de mim que aprecia fazer as coisas naturalmente. Então as duas coisas estão dentro de mim como se...

—–Colidissem.

Sim, acho que sim.

—–Essa talvez seja uma parte do Kaoru-san que é meio incômoda (risos).

Hahaha,verdade.


Créditos: OC
Por Aiko

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