Burnn! Março de 2011 - Entrevista: Kyo Parte 1/2

Quando essa edição chegar as livrarias, o novo single do DIR EN GREY "LOTUS" já terá sido lançado; entretanto, sendo uma faixa pesada, porem honesta e melancólica, o quanto ela tocará no coração das pessoas? Os riffs e ritmo são bons, mas o refrão pelo vocalista Kyo é novamente de magnificência esplêndida. Esse mês, nós traremos uma entrevista com o mesmo Kyo. Foi feita no mesmo dia da entrevista com Kaoru no mês passado.

-Faz aproximadamente um ano desde "Hageshisa to, kono mune no naka de karamitsuita shakunetsu no yami", não?
Kyo: Não parece que faz um ano, mas o tempo definitivamente passou.

-A faixa "LOTUS" tem riffs e um fundo pesados, mas a melodia cantada tem um tom de balada. Aconteceu assim naturalmente?
Kyo: Do principio, tinhamos apenas os versos A e B, refrão e introdução, eu fui gradualmente escrevendo as letras e melodia, e pareceu que tudo progrediu ao mesmo tempo. É... aconteceu naturalmente.

-Parecido com "Hageshisa~", o refrão tem uma força intensa e unificadora; não era como se você estivesse tentando compor a melodia dessa forma, era?
Kyo: Eu não planejava isso. Mesmo quando estamos compondo, com relação a qual música será um single, ninguem nos diz nada a respeito... 5 ou 6 faixas foram feitas simultâneamente, e "LOTUS" foi uma delas. Para mim, estava ok que qualquer uma das músicas fosse o single. Os outros membros tambem pensaram assim.

-A decisão final foi da banda então?
Kyo: Correto.

-O título é tranquilo, porem a música mexe com a cabeça do ouvinte. Essa diferença é impressionante.
Kyo: Quando ouvi a música pela primeira vez, tive a impressão que a porção do meio era mais facil de se entender do que antes. Como se houvesse um âmago interno existindo. Por isso, mesmo com o verso ou a melodia, se 99% fosse negatividade, eu queria habilmente expressar o 1% de otimismo presente nesse âmago. Lotus é uma flor bela que cresce reta. A imaginação disso tambem foi algo similar a imagem que eu tinha quando ouvi a música pela primeira vez. Tambem, havia uma conexão entre eu fazer uma tatuagem da lotus nas costas enquanto compunha a música (risos). Músicas novas geralmente ganham nomes temporarios, mas essa tem sido chamada de "LOTUS" desde o começo. 

-De fato, entre beleza e tristeza, uma imagem de uma esperança passageira pode ser vista.
Kyo: Correto. Tambem, eu ousei não incluir gritos nessa música. Já que eu não queria...

-No refrão, você nos permite ouvir que os vocais são agudos mas ao mesmo tempo ha uma entonação mais pesada que antes. Você foi capaz de perceber um novo "campo", já que suas habilidades aumentaram?
 Kyo: Eu não penso que minhas habilidades aumentaram. Quanto ao novo "campo"... eu odeio que as pessoas tentem nos predizer. Ocasionalmente, quando ouço a outras bandas, eu penso "Talvez isso venha a seguir?" ai é assim. Eu penso "As letras são em inglês então eu não entendo, mas imagino se ele está cantando algo sobre isso?" daí quando leio as letras, é exatamente como pensei. Não gosto de coisas assim. Eu quero estar distante do que é considerado normal. Mesmo sabendo que fazer as coisas dessa forma seria melhor, eu quero me desafiar em algo novo e não pegar o caminho mais facil. Sempre faço isso, e é divertido.

-É certo que o DIR EN GREY tem feito coisas do tipo "Normalmente, você definitivamente não incluiria uma parte assim" varias vezes. Mesmo assim, a música é bem legal sem nenhuma falha.
Kyo: Normalmente, quando fazemos isso, nós colidimos um com o outro, mas acho interessante como eles se fundem habilmente. Os outros membros nunca diriam algo como "Nós vamos tocar os riffs assim, então cante desse jeito" e eu tambem nunca diria "Eu vou cantar assim então toque a guitarra dessa forma." Não sei se estamos criando noção das coisas juntos ou se estamos vendo o mesmo ponto, mas eu me divirto fazendo isso. Depois que uma música é feita, quando você ouve as idéias básicas que todos trouxeram no principio, eu penso "Mudou tanto sem eu perceber!" ou "Aqui, desde quando essa parte  (da música) foi inclusa?" (risos). 

-Parece consistir de partes que são meramente balanceadas.
Kyo: Isso. É por isso que eu acho que tem uma forma bastante distorcida. Mas mesmo antes, tenho sido atraido por coisas ligeiramente distorcidas, e não é limitado apenas à música...

-Ouvindo "LOTUS," eu depois não conseguia ver como seria o novo album.
Kyo: Você pode ver (risos). Um pouco... Mesmo nós ainda temos uma sensação de "que tipo de album será?"... Entretanto, eu disse que várias partes "superaram facilmente UROBOROS" (risos), já que está cuidadosamente tomando forma.  Acho que todos estão olhando para a mesma direção.

-Por que vocês decidiram regravar "OBSCURE"?
Kyo: "OBSCURE" é uma música um tanto quanto antiga, então já esta diferente da original nos shows. Então, nós quisemos continuar tocando daqui em diante, mas não era como se estivessemos falado sério, e acabou que decidimos grava-la mais uma vez. Então, quando tentamos regrava-la, saiu desse jeito (risos). Não é como se tivessemos visto a forma final dela; apenas ficou assim depois de tentarmos.

-Os vocais foram reduzidos certo?
Kyo: Certo. Porque eu queria usar mais o "espaço" vazio... A melodia anterior  entra nessa parte por um instante. Por isso que as pessoas que conhecem a original ficam "Oh". Eu queria expressar a intensidade da música toda, mas ao mesmo tempo, com a atmosfera... eu queria mais... Como posso dizer? Um sentimento mais "japonês", queria deixar isso de forma sincera. Como a fiz enquanto pensava nessas coisas, ficou desse jeito.

-O que você quer dizer com "mais japonês"?
Kyo: É chamado de intervalo? Ao inves de ficar repetindo a mesma melodia de novo e de novo, eu queria formar uma atmosfera como se uma imagem viesse a mente, e... Acho que ficou dessa forma porque o pensamento fixo desapareceu mais do que antes.

-O riff e o ritmo, que são considerados a moldura da música, foram grandemente  acentuados.
Kyo: Para mim, sinto que ficou brando. Acho que é porque a música não estava abarrotada... Entretanto, é verdade que o fundo ficou mais agudo, e na combinação com a música tem uma sensação boa. Encaixa-se bem e um neutraliza o outro, o que é interessante. Se o som de fundo tivesse os mesmos vocais anteriores, ficaria muito peado, e acho que a atmosfera não apareceria. De qualquer forma, os velhos fãs e mesmo os novos normalmente curtiriam e acho que há varias partes onde alguem pensaria "Oh", onde não haveria desapontamentos. Nós tambem curtimos enquanto faziamos... O DVD ao vivo tambem foi interessante e eu gostei. Você consegue sentir a atmosfera dos nossos shows recentes diretamente. "Gyakujoutanno keloid milk" é bem antiga, mas acho que você pode assistir e ouvir essa música se a tocarmos agora. É como se fosse outra versão regravada que foi incluida (risos).

-Para a turnê de 2010, vocês nos permitiram ouvir muitas músicas antigas, mas elas não soaram estranhas quando se tem as velhas músicas e as novas juntas no mesmo show. Mesmo se as músicas são antigas, quando o DIR EN GREY atual as toca, elas tornam-se atuais.
Kyo: Há tambem músicas que soam estranhas. (risos) Mas há algumas que não. Se as tocamos junto com as novas músicas, elas combinam bem.

-Quando os shows de 5 e 6 de janeiro no Shinkiba STUDIO COAST em Tokyo terminaram, vocês já estavam se esforçando em criar um novo album, certo?
Kyo: Correto. Nesse ponto, é um inferno, mas vai começar de novo. Mesmo agora estamos fazendo o album enquanto estamos enclausurados no estudio.  Não temos tempo. Não mesmo. 

-Sua criatividade é excepcionalmente alta, mas parece que seu trabalho não tem progredido tanto quanto você esperava. No meio disso, vocês incluiram turnês...
Kyo: Parece que temos progredido mais do que eu esperava, mas talvez não seja esse o caso? Posso dizer que estamos progredindo bem em sermos capazes de criar boas músicas mas quando penso se tudo será concluído na data de lançamento prevista, não posso dizer que estamos progredindo (risos). 

Créditos: OC

 Por Aiko

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